O vinil da Sociedade dos Poetas Putos, gravado em Recife e lançado na Paraíba foi um desses marcos que passam meio despercebidos. Foi um marco por diversos motivos. O que hoje é o menos óbvio deles é o próprio título: no início da década de 90, a simples presença da palavra putos no título foi o suficiente para que o poeta puto em questão, Carlos Aranha, fosse censurado nos jornais, e não se queria que um nome desses aparecesse na imaculada imprensa paraibana (20 anos depois a gente escuta isso aqui no último volume no meio da rua em todo canto... sinal dos tempos).
Mas o vinil também é um marco por motivos menos prosaicos. A gravação foi feita com a ajuda do maestro carioca Osman Gioia, que à epoca era regente da Orquestra Sinfônica Jovem da Paraíba e que mais tarde ficaria conhecido como diretor artístico e regente titular da Orquestra Sinfônica de Pernambuco. Nesse disco, ele se encarregou dos teclados e da programação eletrônica: foi uma das primeiras músicas do Nordeste a usar esse tipo de recurso - que hoje pode soar meio oitentista, mas na época soava moderno. Outro dos pontos altos do disco é a participação de José de Arimatéia (o Teinha) - um dos maiores saxofonistas da Paraíba. Este disco é, enfim, um artefato perdido da história da música da paraíba, agora pela primeira vez em formato digital.
Tracklist:
01 - Sociedade dos Poetas Putos
Clique na capa do álbum pra baixar.
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