segunda-feira, 28 de março de 2011

Didier Guigue - Vox Victimæ [1999]


O encarte avisa: "As músicas deste CD evocam utopias bárbaras". Se Pero Vaz de Caminha tivesse um sampler Akai S2000 e um KorgWaveStation A/D, provavelmente seu relato sobre as terras brasileiras seria parecido com esse disco. Didier Guigue é francês, doutor em música e musicologia do século XX, formado em piano e fagote, mestre em Estética, Ciências e Tecnologia das Artes, e veio morar em João Pessoa – hoje é professor da UFPB e faz parte do COMPOMUS, o laboratório de composição da universidade. Chegou trazendo toda a vanguarda da música européia e se deparou com o calor visceral e o movimento da música popular daqui.

O disco tem uma atmosfera carregada: em meio à música eletroacústica, ao rock progressivo e ao free jazz em um andamento lentíssimo, entram samples de cantos guerreiros xavantes e textos de Saramago, do antropólogo Darcy Ribeiro e de Augusto dos Anjos – Didier foi o primeiro, inclusive na Paraíba, a utilizar Augusto dos Anjos como material de citação musical. É um retrato cyberpunk da sociedade brasileira.

O disco é dedicado "a todas as vítimas. De ontem, de hoje, daqui e de todos os lugares."

De bônus, trecho de apresentação de Didier Guigue junto a Babilak Bah, DJ Guirraiz e DJ Chico Correa no Ciclo das Quartas:



Tracklist:

01 - A Cidade Ainda Ali Estava
02 - Utopia Selvagem
03 - Ciça de Todos os Caminhos
04 - A Fome de Lázaro
05 - Aquele que Ficou Sozinho
06 - Out of Urop: Parte I
07 - Out of Urop: Parte II
08 - Out of Urop: Parte III
09 - Vox Victimæ: Parte I (Profile to A)
10 - Vox Victimæ: Parte II (Profiles to B)

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segunda-feira, 21 de março de 2011

Les Flamboyants - Harmonice Musices Odhecaton [2001]


Uma pergunta comum é "de onde vem o nome desse blog?", e não há modo melhor de responder do que postando a resposta. O Harmonice Musices Odhecaton (Cem Músicas Polifônicas, também conhecido apenas como Odhecaton), publicado em 1501 em Veneza por Ottaviano Petrucci, foi o primeiro livro de partituras impresso usando tipos móveis. Do mesmo jeito que a imprensa possibilitou a publicação em larga escala da Bíblia e o surgimento de movimentos de Reforma, o surgimento de música impressa causou uma democratização musical quase comparável ao surgimento de arquivos mp3 e de blogs como esse. O Odhecaton possui 96 canções seculares, em sua maioria polifônicas, escritas no estilo dos compositores franceses e holandeses daquele tempo. Há obras de Josquin Desprez, Johannes Ockeghem, Jacob Obrecht, Alexander Agricola e muitos dos principais compositores da época.

Apesar de sua importância, há pouquíssimas gravações do Odhecaton. Talvez a mais conhecida seja a do grupo inglês de violas Fretwork, de 2002, inteiramente instrumental. Porém a primeira gravação foi a do grupo Les Flamboyants, que possui uma variedade maior de instrumentos da época. Vale ressaltar que no início do século XVI, a música ainda não era escrita para instrumentos específicos, podendo ser tocada por qualquer grupo de instrumentos que estivessem à disposição – no início se usavam instrumentos apenas para substituir cantores, quando não houvessem suficientes. Embora o Odhecaton seja expressamente instrumental, a gravação de Les Flamboyants acrescenta uma cantora em algumas músicas que em sua origem eram canções vocais.

E foi muito difícil achar esse disco e ajeitar ele bem direitinho pra vocês aqui, então baixem, escutem e se divirtam. Se quiserem, aqui tem um fac-simile da primeira edição do Odhecaton.

Tracklist:

01 - De tous biens playne à 4
02 - De tous biens à 3
03 - De tous bien playne / Canon Petrus & Joannes currunt in puncto à 4
04 - Jay pris amours à 4
05 - Jay pris amours / De tous biens à 4
06 - Hor oires une chanzon à 5
07 - Adieu mes amours à 4
08 - Hor oires une chanzon à 5
09 - Helas que il est a mon gre à 4
10 - Tandernaken à 3
11 - Amours, amours à 4
12 - La morra à 3
13 - Amours fait mult tant que nostre argent dure / Il est bonne heure ne / Tant que nostre argent dure à 4
14 - Je ne fay plus à 3 & à 4
15 - He logeron nous à 4
16 - Vray dieu d'amours / Pourquoy je ne puis dire à 4
17 - Brunette à 5
18 - Le eure e venue / Circundederunt
19 - Helas à 3
20 - Je cuide se ce tamps dure à 3 & à 4
21 - Bergerotte savoysienne / Bergerotte savoyene à 4
22 - Tsat een meskin à 4
23 - Dit le burguygnon à 4
24 - Rompeltier à 4
25 - De tous biens playne à 3

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quinta-feira, 17 de março de 2011

Conspiração Apocalipse - Trágica Lógica do Absurdo [2003]


Surgida em algum momento no final dos anos 80 e começo dos anos 90, a Conspiração Apocalipse é talvez uma das primeiras bandas de rock realmente pesado de Cajazeiras. Adotando a estética niilista das bandas de metal e punk da época, as letras botam o dedo e cutucam todas as crecas da sociedade consumista, da alienação, das guerras sem sentido. Nas palavras do próprio baixista: "ninguém sabe quem tocava pior aí, mas não tem uma música ruim".

A formação da banda nesse disco é Gilberto Álvares na voz, guitarra, violão e teclado, Naldinho Braga no baixo e Fabiano Lira na bateria. Naldinho mais tarde ajudou a formar a banda Tocaia da Paraíba e lançou um cd solo, em estilos completamente diferentes, e Fabiano Lira passou a tocar em várias bandas de João Pessoa – atualmente, além de fazer parte da banda de Naldinho, toca com Procura-se Fabiano. Podiam até não tocar nada na época da Conspiração Apocalipse, mas ela serviu de escola pra que surgisse todo um novo trabalho. Esse disco, gente, é pura história.



Tracklist:

01 - Saga Insana
02 - Modus Vivendi
03 - Escória dos Deuses
04 - Espinhos & Rosas
05 - Meu Mundo
06 - Utopia
07 - Bye Mr. Flying
08 - Vem de Leve
09 - Yank Vision
10 - Chacais
11 - Os Filhos do Caos
12 - Trágica Lógica do Absurdo
13 - Meu Lugar Ao Sol

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quarta-feira, 16 de março de 2011

Alípio Martins - O Rei do Carimbó Vol. 2 [1974]


Alípio Martins (às vezes escrito Alypyo Martins) é uma figura quase pitoresca. Foi difícil encontrar informações muito detalhadas sobre ele na internet, mas o pouco que tem seria suficiente pra um filme sobre o sonho brasileiro. Nascido em Belém do Pará em 1944, sempre sonhou em ser um grande músico, embora a família não o apoiasse. Aos 15 anos, fugiu de casa e entrou clandestinamente num navio rumo ao Rio de Janeiro. Foi descoberto pelo cozinheiro do navio e quase teve seu plano arruinado, mas sua história comoveu a tripulação do navio ao contar seu sonho, e chegaram a um acordo. E cumpriu o prometido: vendeu milhões de discos, fez shows em estádios lotados e ganhou o título imaterial de rei do carimbó. A única coisa que não conseguiu realizar foi o sonho de ser mais famoso do que Roberto Carlos – morreu em 1997.

Esse disco contém tanto algumas de suas músicas mais escrachadas, que fizeram parte de sua fama, como algumas mais românticas e até alguns sambinhas. Pra quem gosta do brega em todas as suas manifestações.

Tracklist:

01 - Piranha
02 - Fachiando
03 - Baionete
04 - Rebu no Galinheiro
05 - Senhor da Floresta
06 - Velho Zuza
07 - Essa Mulher Vai Me Acabar
08 - Tatu da Velha Noca
09 - Praia do Futuro
10 - Se Eu Não Tivesse o Seu Carinho
11 - Me Amarro na Vida
12 - Não Quero Papo Com Ninguém

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domingo, 13 de março de 2011

Willem Breuker Kollektief - The Parrot [2001]


Willem Breuker é um dos nomes mais importantes do jazz holandês. Na estrada desde 1966 até a sua morte no ano passado, foi um compositor e band leader de uma criatividade sem limites. Tinha o costume de chocar platéias, incorporando elementos de teatro, improvisação e crítica social nas suas apresentações, e junto ao percussionista Han Bennink e ao pianista Misha Mengelberg fundou a Instant Composers Pool (ICP), que se tornou a primeira gravadora independente da Europa. Em 1974, fundou o Willem Breuker Kollektief, uma pequena orquestra de dez músicos, com quem tocou até o final da vida. Além disso, também já integrou a banda de Peter Brötzmann e já tocou com Don Cherry.

Mas sua importância para a música vai além de sua atuação como intérprete. Em 1974 fundou sua própria gravadora, BVHaast, que além de lançar seus discos, lançou inúmeros músicos jovens e quase desconhecidos da Holanda; também criou o Klap op de Vuurpijl, um festival de cinco dias, com espaço para os novos talentos. Foi, assim, um grande fomentador da cultura holandesa, além de exercer um trabalho como educador, oferecendo workshops, shows-escola e uma infinidade de materiais para estudo. O homem foi praticamente o messias do jazz holandês.

Esse disco é uma boa amostra do poder de Willem como compositor e como arranjador. Em meio às suas composições, há peças clássicas como a de Prokofiev (a Dança dos Cavaleiros de Romeu e Julieta), a The Good, the Bad and the Ugly de Morricone, trilha sonora do filme de mesmo nome, e Song of Mandalay, de Kurt Weill, com quem Willem colaborou extensamente. Longas jams improvisadas, pequenas vinhetas, jazz clássico e experimental, em um disco que a cada cinco segundos renova seu interesse em ouvi-lo.



Tracklist:

01 - Overture Kleine Amsterdam Rhapsodie
02 - Klein Intermezzo
03 - Mokum is Muziek
04 - The Little Ramblers
05 - Tango Superior / Interruptie
06 - Invasie muziek Bob + Babe
07 - To Be With Louis P.
08 - Wolkbreuk III
09 - Dance of the Knights
10 - Song of Mandalay
11 - Casablanca Suite
12 - The Good, The Bad and the Ugly
13 - Potsdamer Stomp

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E leia esse entrevista com Willem Breuker que é muito boa pra entender como ele pensava: http://www.allaboutjazz.com/php/article.php?id=14612

sábado, 12 de março de 2011

ChicoCorrea & Electronic Band - CD Demo [2001]


No post anterior eu falei que aquele era o primeiro registro de ChicoCorrea e sua Electronic Band, mas ele me corrigiu logo e mostrou qual foi de fato a primeira de todas as gravações, feitas entre 2000 e 2001. A formação da banda é completamente diferente da que se consolidaria, e o som é uma grande experimentação para o que depois se tornaria o som característico facilmente reconhecível do grupo. Os samples são mais variados, ainda não há a ênfase sobre a música paraibana que surgiu mais tarde, e vão de Jimi Hendrix a Tom Jobim a Dizzy Gillespie. A capa fica por conta de Shiko, o mesmo que fez toda a arte do disco de Burro Morto desse ano.

Tracklist:

01 - SambaDub
02 - Paulinho Me Disse
03 - Afrotech
04 - SambaDub ChicoCorrea remix
05 - Orgsda
06 - SambaDub DJ UEL remix
07 - Saxophonia

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quinta-feira, 10 de março de 2011

Chico Correa & Electronic Band - CD Demo [2003]


ChicoCorrea & Electronic Band é um desses nomes que dispensam apresentação aqui na Paraíba. Um rápido resumo: liderada pelo DJ ChicoCorrea (às vezes conhecido como Esmeraldo Marques), é um dos maiores nomes da música eletrônica paraibana. E não há música eletrônica mais paraibana do que essa: cocos downtempo e cirandas dubstep compõem o repertório. Seu único álbum, lançado em 2006, já pode entrar pra categoria de clássicos obrigatórios.

Esse CD Demo foi o primeiro registro da banda, lançado em 2003 com tiragem de 300 cópias [falha minha, na verdade tem um demo mais antigo ainda, de 2001]. A banda tinha pouco mais de um ano de estrada, criada a partir do Prozac Sound System. A formação ainda contava com Nazareno no baixo (o DJ Naza do Prozac e que, junto a Esmeraldo e a Carlos Dowling integrou o coletivo de discotecagem Volante Filipéia) e scratches feitos pelo DJ Til Dal, hoje mais conhecido pelo trabalho com Sacal e com o ABIARAP. Versões diferentes de músicas já conhecidas e algumas músicas que não chegaram ao álbum de 2006 compõem o repertório desse CD, que apesar de ser Demo não deixa a desejar em qualidade.

Tracklist:

01 - Bossinha
02 - SambaDub
03 - Serena Serená
04 - Odete
05 - Afrotech IV
06 - Serena Serená remix
07 - Afrotech IV remix

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quarta-feira, 9 de março de 2011

Cidadão Instigado - EP [1999]


Na real esse post escapa um pouco do que eu tinha pensado originalmente pro blog – antes de postar alguma coisa eu ia ver no google se algum outro blog já tinha postado o mesmo disco, já que eu queria só postar coisas que realmente não se encontravam na internet. Alguns posts já fugiram um pouco à regra, e esse aqui, ainda mais que já foi postado pelo Hominis Canidae, é quase redundante no mundo da internet. Mas porra, é um disco tão bom, e tão pouco ouvido (eu mesmo descobri recentemente), que merecia seu lugar aqui.

Esse EP, com suas cinco musiquinhas, é bom de tantas maneiras que provavelmente vou fazer um dos meus maiores posts até agora pra explicar isso. Ele funciona como uma espécie de manifesto do Cidadão Instigado: ele explica exatamente qual é a vibe da banda, quando ela ainda nem estava bem definida. O som da banda está bem diferente do som do Uhuuu! ou do Método Túfo, mas dêem uma olhada nas letras.

O disco começa com uma música de Sérgio Ricardo da trilha sonora de seu filme A Noite do Espantalho, de 1974, estrelando Alceu Valença, ambientado naquele Nordeste miserável com coronéis tiranos e fazendeiros lascados. A música é de uma vibe retirante, do zé doidim que foge do sertão pra tentar a vida na capital, e Catatau acrescenta um pequeno trecho falado no começo, que mais tarde virou a letra de Apenas um Incômodo, do álbum de 2005:

Se você me chamar de paraíba ou baiano, não vai me soar estranho, pois eu sei que aos teus olhos eu sou apenas um incômodo que veio do nada para empestar o mundo. Mas escute: eu que vim do nada não tenho canto nem corrente, só tenho um sonho que já é meu e duas palavras pra lhe dizer nesse instante: me agüente!

Depois dessa, todo mundo teve que agüentar Catatau e sua banda. Fernando Catatau era um cearense recém-chegado em São Paulo, um nordestino no concreto, um cidadão instigado no meio da rua, um pedaço de sol da seca no meio da garoa cinzenta de São Paulo que não ia dar mole pra nenhum otário. A segunda música é exatamente sobre isso. Um groovezíssimo de baixo, um rap nordestino meio embolado meio funkeado, sobre como um paraíba qualquer pode escalar a cidade grande. É uma música inclusive meio profética, quando você vê que Catatau cumpriu todas as instigas que ele propôs.

A atmosfera geral do álbum é de uma grande mistura muito coerente: longas jams instrumentais jazzísticas, experimentações travadas, rock puro e simples, músicas psicodélicas (como A Radiação na Terra, que foi regravada no álbum de 2009), mostrando que já ali a banda tinha potencial e capacidade pra fazer muita coisa boa: como vem fazendo agora, mais de dez anos depois.

Esse disco é pra todo nordestino se instigar, e ir lá conquistar o Brasil inteiro, que tá provado aqui que não é impossível.

Tracklist:

01 - Tema do Filme "A Noite do Espantalho" [Tulão de Estrela]
02 - Um Nordestino no Concreto
03 - Poeira
04 - El Cabrone (O Caçador de Zé Doidins)
05 - A Radiação na Terra

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terça-feira, 1 de março de 2011

Zu - The Zu Side of the Chadbourne [2000]


No meio da cena musical italiana quase completamente americanizada e comercializada, poucas bandas conseguem fazer um trabalho verdadeiramente original. Uma delas é Zu (pronuncia-se "tsú"). O trio – Luca Mai no sax barítono, Massimo Pupillo no baixo e Jacopo Battaglia na bateria – surgiu em Roma em 1997. O som é completamente experimental, influenciado pelo free jazz, pelo mathcore e com uma dose altíssima de experimentalismo. Desde sua fundação, já tocaram em quatro continentes, colaboraram com diversos artistas (desde 2007 colaborações com Mike Patton têm sido freqüentes) e lançaram 14 álbuns.

Eugene Chadbourne é um guitarrista, banjista e ancinhista americano filho de uma fugitiva dos campos de concentração da 2ª Guerra. Sua formação musical segue a seguinte ordem, que diz muito sobre seu som: dos Beatles a Jimi Hendrix a John Coltrane a Anthony Braxton. Parou de tocar rock porque se entediou, e passou a estudar blues, bluegrass, free jazz e noise. Já tocou com John Zorn, Jello Biafra, Jimmy Carl Black e com Zu.

Esse disco é uma colaboração histórica entre essas duas entidades. O resultado não é difícil de prever: um free jazz/noise rock de fazer orgulho a Ornette Coleman. Apesar do título do disco, não há nenhuma relação com o Dark Side of the Moon de Pink Floyd, e apesar do título das músicas, ao escutá-las você pode perceber que elas passam longe de serem versões das originais – mas o clima de tiração de onda do nome das músicas pode quase ser sentido no disco. A música que abre, Cosmos, é uma homenagem a John Coltrane, e a última, Spirits, é uma homenagem a Albert Ayler – duas lendas mortas que foram essenciais para o desenvolvimento do free jazz.

Tracklist:

01 - Cosmos
02 - Chadbourne in the Skies With Diamonds
03 - Somewhere Over the Chadbourne
04 - Porgy and Chadbourne
05 - Holiday in Chadbournia
06 - Ascenseur pour le Chadbourne
07 - In a Gadda Na Chadbourne
08 - 'O Chadbourne Mio!
09 - House of the Rising Chadbourne
10 - Stairway to Chadbourne
11 - For Those About to Chadbourne
12 - Everybody Needs a Chadbourne (to Love)
13 - Spirits

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